O acesso das mulheres angolanas aos serviços financeiros é ainda limitado, sendo titulares de apenas 28,6% das contas bancárias activas no país, segundo o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano.
De acordo com uma comunicação, alusiva às comemorações, em curso, do 38º aniversário do banco central angolano, apenas 50% da população adulta angolana tem conta bancária.
A última operação de recenseamento em Angola, cujos dados preliminares foram conhecidos em Outubro, indica que as mulheres correspondem a 52% da população, de um total de 24,3 milhões de habitantes. Contudo, tendo em conta os números mais recentes do BNA, estas são titulares de 28,6% das contas activas nos mais de vinte bancos que operam em Angola.
“Detêm 22,71% dos cartões de pagamento emitidos. Quanto ao crédito, as mulheres representam apenas 21,26% do total concedido”, reconhece o governador do BNA, na mesma declaração, sobre a inclusão financeira da mulher angolana.
“A informação disponível revela que o acesso a serviços financeiros pelas mulheres é ainda limitado no nosso país”, disse ainda José de Lima Massano, enfatizando a necessidade de “encontrar caminhos” que possam “intensificar a inclusão financeira” das angolanas, dado o seu “papel preponderante” na “segurança económica das famílias”.
Ainda sobre a inclusão financeira da população, o BNA destaca o lançamento, em 2011, em parceria com dez bancos comerciais angolanos, da campanha de educação financeira de acesso ao sistema bancário para a população com menos recursos.
Envolve, de forma a massificar esse acesso, o “Depósito Bankita”, com a abertura de conta com o montante mínimo de 100 kwanzas (80 cêntimos de euro) e até 100.000 kwanzas (800 euros), bem como a “Poupança Bankita a Crescer”, uma conta a prazo que pode ser constituída a partir de 1.000 kwanzas (oito euros).
Para impulsionar o recurso a estes produtos, recordou o governador do BNA, foi excluída a obrigatoriedade da apresentação do Bilhete de Identidade para abertura de conta, sendo permitida a utilização de qualquer outro documento de identificação.
“Em 31 de Agosto, estas contas de acesso a serviços bancários básicos totalizavam cerca de 288 mil”, sublinhou José de Lima Massano, destacando que parte dos clientes que começou com este tipo de produto acabou por evoluir para outros serviços financeiros, mais avançados.